domingo, 30 de novembro de 2008

Todo mundo pode ser Papai Noel


Este ano o natal de muitas crianças carentes já está garantido e terá um sabor diferente. Uma ação entre o CRESCE, Comitê de Responsabilidade Social e cidadania empresarial da Emater, Empresa de assistência técnica e Rural de Minas Gerais, em parceria com os correios irá garantir que muitas crianças não fiquem sem o presente do bom velhinho papai Noel.
É a campanha papai Noel dos correios, que consiste na parceria com empresas que adotam algumas das milhares de cartinhas enviadas pelos correios destinadas ao papai Noel. Desta vez algumas cartinhas foram parar na árvore de natal da unidade central da Emater.
Não tem limite de idade para se escrever às cartinhas, apesar da maioria delas, serem de crianças bem pequenas em fase de aprendizado escolar, e os presentes são os mais inusitados. Algumas crianças extrapolam e pedem carro, bonecas caríssimas, piscina, bichos de estimação, e outras simplesmente pedem uma roupa ou um sapato novo, muitas das vezes para o irmão menor ou até mesmo que lhe seja enviado um cartão de natal.
Para a Jornalista e mãe de dois filhos, Flavia Souza, funcionária da Emater, é normal uma criança pedir um brinquedo ou uma roupa, mas o que partiu seu coração foi uma criança pedir uma lata de tinta branca para pintar sua casa que estava muito feia. “É nessas horas que temos que ensinar para os nosso filhos, o verdadeiro valor das coisas da vida, e como algumas pessoas vivem tão carentes de coisas que muitas vezes não damos tanta importância”, afirma ela.
Segundo Clarissa Ferreira de Souza, uma das representantes do comitê de responsabilidade social da Emater, a função da empresa é apenas facilitar o acesso dos funcionários às cartinhas. “O que queremos com a colaboração dos funcionários nesse primeiro ano de parceria com os correios, é garantir a oportunidade de crianças carentes serem apadrinhadas e pelo menos terem um natal menos sofrido e com a certeza de que os sonhos muitas vezes podem ser realizados, não somente por um papai Noel, mas por uma corrente do bem que se transforma no bom velhinho”.


domingo, 22 de junho de 2008

TREINEE, MUITO BEM OBRIGADO



Todos os anos grandes empresas, principalmente as multinacionais investem milhares de dólares para treinar e formar um seleto grupo de jovens talentos, considerados de alto potencial, com a aposta de que eles tragam suas habilidades á companhia e possam futuramente assumir posições que outros funcionários levariam mais tempo para alcançar.

Em busca desse palco, milhares de jovens se inscrevem nos programas de treinee e enfrentam verdadeiras maratonas e processos seletivos, muitas vezes tendo que mudar de cidade, estado, ou até de país. Todo o processo de seleção, estrutura e postos de trabalho oferecidos variam bastante de uma empresa para outra, mas de forma geral os programas duram cerca de um ano.

Apesar de ser tradicionalmente voltado para quem deseja fazer carreira na área de gestão empresarial, hoje em dia os programas estão abrindo oportunidade para todos os campos de atuação.

Entre os fatores que mais atraem recém formados para essa maratona, estão os altos salários e os diversos benefícios oferecidos, que podem incluir tratamento vip da diretoria e da área de recursos humanos, contatos freqüentes com altos executivos e a possibilidade de conseguir um cargo de executivo na empresa. Segundo Maria Elisa Aguiar, supervisora de uma das lojas da multinacional Holandesa C&A Modas, e que começou como treinee na mesma empresa que trabalha atualmente, o maior desafio enfrentado por quem se aventura no processo seletivo, é a falta de domínio do inglês o que acaba eliminando 60% dos que concorrem a uma vaga como treinee.

Ele disse ainda que outros candidatos ficam fora da disputa por não conseguirem se adequar ao nosso sistema da empresa, por não conseguirem agüentar a pressão das metas, ou por apresentarem um estilo de liderança autoritária. Apesar dos desafios, ele afirma que concorrer ao processo seletivo de treinee é uma das maiores jogadas profissionais que um recém formado pode fazer, porque o treinee é um funcionário normal, amparado pela CLT(Consolidação das Leis de Trabalho) e com o direito a um salário muito maior que a categoria ganha no mercado, o que gira na casa dos R$3,5 mil e chegando a R$5,5 mil, iniciais.

Muitos confundem o treinee com estagiário, mas a grande diferença está na dinâmica do trabalho. O estagiário é um estudante que recebe bolsa-auxílio, não é registrado e na maioria das vezes é privado dos benefícios. Já o treinee, além do alto salário e de todos os benefícios, tem a grande chance de aprender mais e construir uma carreira sólida em cima do treinamento recebido.

Além disso, tem a chance de conhecer todas as áreas da empresa e investir na que mais lhe agradar, mostrar suas habilidades diante do projeto que lhe é proposto, adquirir autonomia dentro da empresa onde atua, conquistar uma bagagem muito ampla de conhecimento podendo se destacar e chegar num futuro breve até a comandar a empresa que o submeteu a altas doses de treinamento. ‘’A essência do processo de treinee é formar verdadeiros líderes’’, afirma Maria Elisa.

Erlinda Santos

segunda-feira, 2 de junho de 2008

PODEMOS DEIXAR O SONHO ACABAR?

No ano de 1968 ocorreu a maior rebelião estudantil da história do Brasil. É o ano em que os secundaristas se engajam com mais vigor, trazendo para os protestos sua ousadia e audácia no movimento estudantil. Este é um tema riquíssimo porque 1968 é um emblema do ponto de vista histórico, econômico e cultural que ocorreu não somente no Brasil, mas nas partes mais importantes do mundo. Foi um período que aflorou com muito rigor o espírito libertário com um comportamento e um patriotismo único que se distingue de todas as épocas.
É esse contexto que sintetizou a abertura da semana 1968 na faculdade Estácio de Sá, com a pergunta, o sonho acabou? Com uma descarga de adrenalina, a militante do movimento estudantil nos anos 60, Gilse Cosensa abriu o livro da sua as vida descrevendo os momentos de terror sempre acompanhados do gostinho da glória que viveu durante o movimento nas décadas de 60 e 70, quando os jovens levavam a luta mais do que á sério e faziam valer seus direitos. O seu tema , ‘’Um olhar feminino sobre a luta política’’ revelou a essencia do movimento naquela época em que os jovens passava por cima de qualquer coisa que pudesse reprimi-los e ferir os verdadeiros objetivos. Gilse que já teve um pedido de prisão condicional por causa do seu currículo da faculdade apresentado como prova do quanto era perigosa e ‘’subversa inteligente’’, contou sua trajetória de lutas, onde teve que fugir, viver na clandestinidade, trocar de nome, ser presa, torturada fisicamente, sexualmente e psicologicamente, viver na clandestinidade, ficar separada de sua filha e sofrer as maiores atrocidades que um ser humano pode sofrer, disse que se pudesse voltar no tempo, mesmo sabendo de todas as perdas que teria, certamente viveria tudo de novo, porque hoje em dia ela vê que seu sacrifício não foi em vão.
‘’O direito de pensar, debater, se formar já não é mais crime como na nossa Época. Durante o movimento, tínhamos que mudar o mundo através dos líderes políticos e contestar a ditadura que predominava no país em que era crime estudar, questionar e propor. Hoje em dia, diferente daquela época, temos a chance de questionar, e lutar sem correr o risco de sermos presos e torturados. Infelizmente os jovens de agora estão muito passivos, vítimas do conformismo e não tem o espírito da luta para garantir seus direitos’’, desabafou Gilse.
O estudante de jornalismo Willian Félix, disse que o movimento de 1968 foi importante para as mudanças que aquela época aspiravam, mas que as conquistas de hoje são outras, e que passamos por um processo de evolução. ‘’Uma coisa é saber que existe tortura, outra coisa é saber que uma mulher foi torturada dessa forma. Fico muito impressionado com a coragem dela, mas sinceramente, não sei se os jovens de hoje teriam essa postura de bravura por causa de algum ideal’’, desabafou ele.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Finalmente o Brasil pode alcançar o investment grade


Após tantos sacrifícios fiscais e limitações estruturais aos investimentos que precisariam ser feitos para elevar as condições de competitividade do país frente às demais nações do mundo, os mapas econômicos internacionais começam a apontar o Brasil como o próximo país a alcançar o almejado “Investment grade”. Isso, porque o Brasil atinge o menor nível de sua história. Isso significa que um grande volume de investimentos passará a ter como destino o Brasil.O investiment grade é um processo que tomou fôlego no fim dos anos noventa no segundo mandato de FHC, com a mudança do câmbio flutuante e controle da inflação e política fiscal.
Atingir o Investment grade, novas perspectivas de investimentos fará multiplicar os recursos internacionais hoje à disposição dos empreendedores brasileiros. Para as empresas, o Brasil passar da letra B para A na nota dessas agências de avaliação de risco pode significar muita coisa, como ampliação do mercado, do volume de vendas e, o mais importante, da credibilidade coletiva do país e seus empresários. A queda do risco detona também uma redução drástica do custo do capital para novos investimentos. Ao comentar a classificação,o presidente Lula não deixou de lembrar o ineditismo da condição,e afirmou que só conquistamos esse patamar, porque há quase 7 anos o Brasil vem cumprindo suas metas fiscais.
A novidade exige, porém, uma reflexão sobre que tipo de garantias cada empresário deverá oferecer sobre o seu próprio negócio aos eventuais investidores internacionais, e quais serão as novas responsabilidades de quem usufruir desse fluxo financeiro em favor da sua empresa. A atitude de abrir-se a essas fórmulas de financiamento, pela captação de recursos de grupos de investimentos internacionais, implica muito mais do que a disposição para o mercado aberto ou assimilação de novos sócios para os velhos negócios.
Para o economista e consultor Carlos Caixeta, Este é um fato histórico e que merece ser aplaudido por todos. Segundo ele, o investiment grade é um reconhecimento da credibilidade do Brasil no mercado internacional, e isso certamente trará bons frutos para a economia brasileira “O Brasil espera por esse selo há mais de vinte anos. Alcançá-lo agora significa que o país paga todas as suas obrigações”, afirmou ele.
Já o editor de imagens Eustáquio Teixeira, diz nunca ter ouvido falar em investment grade, mesmo afirmando estar sempre atento no que diz respeito á investimentos. Ele que atualmente concentra seus investimentos em compra e aluguéis de contêineres para outros países, diz que espera que o investment grade venha favorecer não somente aos investidores internacionais, mas também aos investidores nacionais.

Finalmente o Brasil pode alcançar o investment grade

Após tantos sacrifícios fiscais e limitações estruturais aos investimentos que precisariam ser feitos para elevar as condições de competitividade do país frente às demais nações do mundo, os mapas econômicos internacionais começam a apontar o Brasil como o próximo país a alcançar o almejado “Investment grade”. Isso, porque o Brasil atinge o menor nível de sua história. Isso significa que um grande volume de investimentos passará a ter como destino o Brasil.
Atingir o Investment grade e novas perspectivas de investimentos e fará multiplicar os recursos internacionais hoje à disposição dos empreendedores brasileiros. Para as empresas, o Brasil passar da letra B para A na nota dessas agências de avaliação de risco pode significar muita coisa, como ampliação do mercado, do volume de vendas e, o mais importante, da credibilidade coletiva do país e seus empresários. A queda do risco detona também uma redução drástica do custo do capital para novos investimentos.
A novidade exige, porém, uma reflexão sobre que tipo de garantias cada empresário deverá oferecer sobre o seu próprio negócio aos eventuais investidores internacionais. E quais serão as novas responsabilidades de quem usufruir desse fluxo financeiro em favor da sua empresa. A atitude de abrir-se a essas fórmulas de financiamento, pela captação de recursos de grupos de investimentos internacionais, implica muito mais do que a disposição para o mercado aberto ou assimilação de novos sócios para os velhos negócios.
Para o economista e consultor Carlos Caixeta, Este é um fato histórico e que merece ser aplaudido por todos. Segundo ele, o investimente grade é um reconhecimento da credibilidade do Brasil no mercado internacional, e isso certamente trará bons frutos para a economia brasileira “O Brasil espera por esse selo há mais de vinte anos. Alcançá-lo agora significa que o país paga todas as suas obrigações”, afirmou ele.
Já o editor de imagens Eustáquio Teixeira, diz nunca ter ouvido falar em investment grade, mesmo afirmando estar sempre antenado no que diz respeito á investimentos. Ele que atualmente concentra seus investimentos em compra e aluguéis de contêineres para outros países, diz que espera que o investmente grade venha favorecer não somente aos investidores internacionais, mas também aos investidores nacionais.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

RESISTENTES Á INTERNET

Excluídos do mundo moderno
Por Erlinda Santos
Pesquisas da FGV mostram que uma grande parcela da população brasileira não tem nenhum tipo de contato com a Internet. Por incrível que pareça, ainda existem pessoas que tratam o computador, (considerado a máquina do futuro), como algo estranho, que nunca nem se quer tiveram acesso. O mesmo computador que já faz parte da família, e que está no dia -dia executando uma série de serviços essenciais, servindo de entretenimento, substituindo cartas, telefonemas, estreitando laços e até mesmo servindo para matar a saudade de quem está do outro lado do mundo, por algumas pessoas é visto como um bicho de sete cabeças. E-mail, orkut, MSN, on-line, são expressões que ainda estão fora do cotidiano de quem nunca teve a chance de sentar-se diante de um computador e digitar pelo menos algumas palavras ou mandar um simples e-mail. É como se vivessem em outros planetas, longe dos recursos proporcionados pela Internet. Os internautas costumam dizer que pessoas assim tem ``três orelhas``, de tão diferentes que são das pessoas que usam a Internet. Estamos falando do famoso e futuramente extinto analfabeto digital.
``Não sei nada sobre essa tal de Internet. Aliás, só sei o que passa pela televisão, e sei que da mesma forma que pode ajudar muita gente, também pode prejudicar. Sei que as pessoas fazem compras pela Internet, e ouço muito falar em sites de relacionamento, mas confesso que nem sei pra que serve isso. Fico sabendo de muita gente que acabou sendo lesada através da Internet. Apesar de Ter uma filha jornalista que usa constantemente a Internet, eu nunca cheguei perto de um computador, afirma dona Dejanira Luiza Pereira de 74 anos. Segundo ela, a Internet não existe em seu universo, e que sente muito medo das coisas ruins que ela pode provocar. Ela divide suas opiniões entre o que pode ser positivo ou negativo através desse recurso que é sinônimo de vida moderna. Não, para ela, garante dona Dejanira.
A diarista Nazaré da Silva Ribeiro de 34 anos, mãe de dois filhos de 7 e de 11 anos, afirma não saber nem ao menos ligar um computador, mas que é ciente da importância da Internet no mundo atual. Ela diz que apesar de estar totalmente fora da era digital, tem vontade de aprender, até mesmo para não continuar se sentindo um peixe fora dàgua, e quer que os dois filhos aprendam tudo de Internet para que não passem pelos mesmos constrangimentos que já passou por ser uma analfabeta digital. `` Já cheguei a perder vários empregos por não saber nada sobre computação, e tenho noção de como isso atrasou minha vida. Não quero que esses problemas se repitam com meus filhos. Resisto ao mundo digital que é bem mais complicado, e a Internet, mas sei que tenho que me adaptar a essa nova fase, que é mais do que nunca, essencial para o funcionamento da vida moderna``. Conclui ela, ciente da importância da inclusão digital.

sábado, 12 de abril de 2008

O Brasil mais idoso

As pesquisas do IBGE confirmam este dado, que se propaga e pode ser visto em todos os lugares

Por Erlinda santos-12/04/2008

A quantidade de idosos no Brasil vem aumentando cada vez mais nos últimos anos, reflexo isso, do aumento da expectativa de vida da população. Para se ter uma ideia, em 1991, o número de pessoas acima de 60 anos era de 10.722.705, enquanto em 2000 esse número saltou para 14.536.029, um aumento de 35,6% em menos de 10 anos. A população brasileira com idade acima de 65 anos duplicou nas últimas cinco décadas. Atualmente, são 16 milhões de idosos ou 9,3% dos brasileiros.. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apresentam uma tendência de que, em breve, o Brasil será um país de velhos. E esses números não param por aí, Estudos apontam o aumento da expectativa de vida no Brasil. Na década de 50, os brasileiros morriam com menos de 50 anos, para 2020 esta faixa é projetada para 71. A proporção de velhos cresce: são 650 mil a cada ano e segundo o IBGE, os idosos brasileiros chegarão a 30 milhões em 2020, quase 13% da população. Até 2050 serão cerca de 36 milhões de idosos no Brasil, sendo 15 milhões só na região sudeste.
Assim, apesar de a constituição de 1988 em seu artigo VII abordar alguns princípios e direitos assegurados aos idosos, fez-se necessária a promulgação de uma legislação que abrangesse, em particular, os integrantes dessa classe que ao longo de suas vidas construíram e melhoraram nossa sociedade. Com isso, foi criada em 1994, a Política Nacional do Idoso, e dez anos depois – em 2004 – o Estatuto do Idoso, uma lei que abrangia de forma mais ampla os direitos dos idosos.
Se por um lado é gratificante sabermos que as pessoas estão vivendo mais e melhor, por outro teremos sérias modificações no cenário político e sócio-econômico do país que não podem ser ignoradas.
Considerando que o número de idosos está crescendo e a taxa de natalidade diminuindo, observamos temerosos a pirâmide social se invertendo. A sua base, formada atualmente por crianças aos poucos vai sendo substituída pelos idosos, enquanto que as crianças passam a ocupar seu vértice. As conseqüências dessa inversão serão muito sérias, pois o grande número de idosos no país vai sobrecarregar os sistemas previdenciário, de saúde e todos os demais órgãos de atendimento à pessoa idosa. As maternidades aos poucos serão substituídas pelas casas de repouso ou pelos asilos. Segundo a médica geriatra Márcia Maria, o Brasil é diferente da Europa que se preparou para a velhice, e se quisermos, podemos buscar na Europa estes conceitos e aprimorarmos aqui no Brasil.
Através da Portaria número 56 de 25 de novembro de 2004, a Secretaria de Educação Superior e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, constituíram uma Comissão Especial para elaborar diretrizes e propor políticas para a formação de profissionais aptos a atender as necessidades dos idosos. Tal preocupação se justifica pelos estudos recentes do IBGE apontando que até 2025 o Brasil será o sexto país do mundo com maior número de pessoas idosas, ou seja, acima de 60 anos. O total de idosos já é de 16 732 547 pessoas de 60 anos ou mais..
Será necessário que a sociedade se conscientize dessa nova realidade e se prepare para receber esse contingente da população que só tenderá a crescer.
Outra ação importante, tanto do governo quanto da sociedade, é despertar na população a necessidade da prevenção de doenças, de fazer exercícios físicos, de ter uma alimentação saudável, de ter lazer e tudo mais que possa contribuir para uma vida com qualidade, ações que irão aliviar os sistemas hospitalar, previdenciário e asilar. É preciso uma conscientização dos setores de serviço, comércio e indústria, da importância desse contingente da população, que estará demandando um grande número de necessidades como: turismo, lazer, vestuário (moda), transporte, cultura, educação, arquitetura, arte, artesanato, saúde, medicina alternativa, espiritualidade e todas as áreas da medicina.

JÁ NÃO É MAIS COMO ANTIGAMENTE
A idéia de que a velhice é para cuidar de netos e fazer croché, cai por terra ao vermos nos olhos de dona Dejanira Luiza brilharem ao contar detalhadamente suas receitas de comida mineira. Com o jaleco branco, touca e luvas de borracha, está pronta e cheia de disposição para começar a maratona de duas receitas tradicionais, que antes eram guardadas a sete chaves. Como se estivesse estrelando em uma novela, ela nos conta detalhadamente sua participação no programa, que apesar de menos de dois minutos quando vai ao ar, demora quase um dia inteiro para serem feitas. Dona Dejanira aos 75 anos, participa de um programa de TV exibindo suas receitas. Para ela é um mundo novo, uma parte da qual não sabia que seria capaz de encarar com tanto profissionalismo. Ela se orgulha de expor para o Brasil inteiro e até para alguns países da África, onde o programa passa, suas receitas que antes eram degustadas apenas pela família que se reunia no Domingo. Mãe de 15 filhos, hoje mora apenas com um, mas apesar da infância sofrida, deixa transparecer sempre um ar de jovialidade e destreza. Sua rotina é intensa e começa por volta das seis da manha. Ela levanta, trata de suas galinhas, de seus patos, e de seus três cachorros. Além disso, cozinha, arruma toda a casa e costura para fora, fazendo pequenos concertos em sua máquina antiga que funciona apenas com um pedal, exigindo-lhe ainda mais esforço.. Tanta disposição merecem um cuidado extra da saúde. Hipertensa por hereditariedade, ela faz controle da pressão arterial, e é atendida pelo projeto saúde da família, onde recebe acompanhamento médico especializado, e todos os remédios gratuitamente no posto de saúde do bairro onde mora em Sabará. Ela sabe da importância de se ter um cuidado á mais nessa fase da vida. Além do controle da pressão, ela faz controle da glicose e do colesterol, tendo que abster se de alguns alimentos, que ela adora.
Para Liliane Ferreira, enfermeira chefe do posto de saúde em Sabará, onde Dona Dejanira faz controle, é de uma importância imensurável que o idosos, principalmente os hipertensos façam o controle da doença. Outro fator importante que ela considera para o aumento da longevidade, é a vacinação dos idosos que acontece anualmente. Segundo ela, a vacina funciona como um escudo protetor, que impede que outras doenças oportunistas se manifestem através da gripe. Um exemplo típico é a pneumonia, que traz uma série de complicações levando até a morte.
controvérsias
``A evolução da medicina permitiu o aumento do número de anos, mas não necessariamente da qualidade de vida``. É oque afirma a médica geriatra Márcia Maria Nelson, 46 anos do Lar de Idosos José Vercosa Júnior. Segundo ela, além da medicina, que contribuiu para uma expectativa de vida maior, o aumento do número de idosos pode estar ligado á outro fator que acaba passando despercebido, que é a diminuição da taxa de fecundidade. Ela afirma que enquanto o número de idosos só tende a aumentar devido á uma vida mais saudável e o controle de doenças crônicas, o número de partos diminuiu bruscamente. ``Antigamente as famílias eram grandes, com muitos filhos, sobrinhos, primos. Agora, com a prática de muitos de optarem por somente um filho, provavelmente, muitas pessoas nem terão a chance de terem sobrinhos, já que não terão irmãos para lhe proporcionarem isso``, afirma a médica, que se diz preocupada com as estatísticas que alarmam cada vez mais a sociedade, já que ainda não se tem uma estrutura preparada para tantos idosos que ainda virão. O lar de idosos José Vercosa abriga somente mulheres. Atualmente tem internas, que vão de 75 a 98 anos. Segunda a geriatra, nesta instituição é feito um trabalho com uma equipe multidisciplinar que conta com terapia ocupacional, fisioterapia gerantologia e geriatria. Também é feito um trabalho especial desenvolvido por nutricionistas, enfermeiras e voluntários, com a finalidade de manter a autonomia dos idosos e na tentativa de solucionar além de doenças típicas como a artrose e hipertensão, a depressão e a dependência, conseqüência da perda da autonomia.
A estudante do 7 período de terapia ocupacional da UFMG, Vanessa Pertenço desenvolveu na instituição, a ``arteterapia``, com a ``dança sênior``, que segundo ela, tem o objetivo de promover uma fisioterapia involuntária dos idosos. ``Mudou-se o conceito de saúde. Ela não é ausência de doenças, e sim, a prova de uma vida ativa. Atrás da dança sênior, com as atividades corporais, existe um grande resgate da auto-estima, essencial no envelhecimento saudável``, afirma ela.
DIFERENCIAL
Na tentativa de solucionar um dos maiores problemas de saúde das idosas, e com a autorização da vigilância sanitária, um cachorro passou a fazer parte da rotina das moradoras do Lar José Vercosa. Segundo a gerente e especialista cuidadora de idosos da instituição, Márcia Regina, ao passearem com as ``senhorinhas``, notou-se que elas ficavam encantadas com os cachorros que viam pela rua, e queriam de qualquer forma levá-los para casa . Ao voltarem para a instituição, ficavam deprimidas e pediam para a rua por causa dos cães. Como não era possível sair sempre, porque a locomoção era difícil por causa da debilidade física delas, pelo fato das ruas serem de calçamento, e de existem três cadeirantes no grupo. Foi decidido pela equipe, que seria melhor adotar um cachorro, que recebeu de uma das idosas, o nome de ``Duque``. Segundo Márcia, o cãozinho mudou a vida delas. ``São elas que cuidam do cachorro, e de retorno, ficam muito mais felizes e dispostas``, afirma Márcia.. Mas, um dia o cachorro fugiu e sumiu por um mês para desespero delas. Ao voltar trouxe companhia. Uma cadela que recebeu o nome de ``Diana``, sugerido por outra idosa. ``As minhas meninas (como márcia se refere ás idosas) fazem a maior festa. Elas cuidam dos dois o tempo todo, como se fossem filhos e certamente isso afasta a depressão. A maior alegria da minha vida é vê-las felizes, e gostaria de fazer ainda mais, o possível para elas se sentirem bem. A velhice não é exclusividade apenas delas, mas sim, onde todos chegaremos. Envelhecer feliz é o mínimo que merecemos ``, afirma Márcia Regina. A geriatra das idosas afirma que elas sofrem muito com problemas de carência afetiva, e que existe um estudo relatando que o animal é muito importante para a afetividade. Além disso, para ocupar o tempo e para não se sentirem inúteis, são delegadas a elas, funções de acordo com suas vontades e possibilidades. Como os quartos são individuais, cada uma cuida do seu próprio espaço e ajudam na medida do possível na cozinha fazendo pequenas tarefas. Um projeto de ``horta suspensa`` está sendo implantado no Lar, adaptada para as idosas que fazem questão de cuidar das plantas e hortaliças.
MUITAS HISTÓRIAS
De patroa á empregada. Assim é o universo daquelas que residem no mesmo lar. Aninha, 86 anos, Conceição da Silva, 89 anos, Cecília Filomela, 81 anos, Terezinha Romanel, 77 anos, Terezinha de Jesus, 79 anos etc. Varias histórias, mas um único endereço, o Lar de idosos José Vercosa. Terezinha Romanel era uma mulher rica, que teve alguns problemas na família que acabou se desestruturando ela ficou sozinha, e foi morar na instituição. Surpresa maior foi em saber que no mesmo lar morava uma daquelas que foi sua empregada nos tempos de glória. Terezinha de Jesus. Tem dez filhos, 43 netos, 13 bisnetos, e é viúva. Segundo a gerente da casa, é ela quem ajuda a cuidar das companheiras. Foi morar na instituição após sofrer um enfarto que lhe rendeu tres cirurgias. A paciente psiquiátrica Maria das Dores Soares com 74 anos é a mais nova de todas e está na instituição há um ano. Foi casada 4 vezes e teve um casal de filhos. Filha de ciganos, foi cartomante e trabalhou muitos anos no circo como atiradora de facas, mulher fogueira e mulher enterrada viva. Chegou no Lar após sofrer um acidente. Além disso, tem uma ponte de safena e operou recentemente o intestino. Um pouco confusa, ela afirma que gosta do lugar onde vive, mas que suas companheiras sentem muito ciúmes da amizade dela com Márcia Regina, a gerente da casa, que é considerada como sua heroína, sua melhor amiga, e que só continua na casa por causa dela. Ela diz que tem vontade de sair dali, morar em uma casa grande e tomar conta de sua vida sozinha, mas se entristece ao dizer que perdeu tudo o que tinha inclusive sua família. Agora, seu mundo se resume em um pequeno quarto com uma cama, um guarda-roupas uma cômoda, um ventilador que foi emprestado por uma amiga, e pequenas lembranças que enfeitam a cômoda. Uma foto de quando tinha 27 anos, algumas imagens de seus santos de devoção, e uma velha boneca com roupas feitas á mão, que foi herdada de uma das companheiras que morreu recentemente há um mês. A boneca se chama Vanessa em homenagem á professora voluntária de ``dança sênior``, que vai na instituição toda Quarta feira, dia esperado com ansiedade por todas. Ela descreve detalhadamente seu casamento cigano e diz ainda que sente saudades de quando lía as mãos das pessoas e fazia previsões, mas que agora tem medo de ler e prever tragédias. São várias histórias, mas que residem e se resumem em um único cotidiano, o asilo, que Márcia Regina, gerente do lugar não gosta que se refiram ao lugar assim, mas como casa de repouso e tranqüilidade.
VIDA DE ARTISTA
De salto alto, colar, blusa vermelha decotada e muito bem maquiada, ela recebe a equipe do programa de TV em seu apartamento, mesmo operada há poucos dias de Glaucoma,. Apesar de não gostar muito, ela troca de roupa e aparece toda de branco, mas continua de salto. Foi preciso usar luvas cirúrgicas para esconder o esmalte vermelho ``sangue`` que usava no dia das gravações . Tantas exigências, é por que está na hora de comecar a gravar as receitas que irão ao ar nesta semana. Orgulhosa, dona Maria Liseth Braga exibe seus inúmeros troféus que ganhou ao longo de sua vida. Sua última façanha, adivinhem! Um ensaio sensual, com fotos seminuas, regadas á fantasias e lingeries sensuais para um calendário. Tem quatro filhos, cinco netos, é viúva há 10 anos, é apresentadora de um programa de rádio, o ``Almanaque e Show da Vida`` há 16 anos, faz aulas de teclado, é relações públicas há 14 anos, é colunista em dois jornais de Congonhas, escreve receitas para a Revista ``Gerações``, sai constantemente na Revista ``Fatos e Fotos`` com suas receitas, ou como destaque de algum evento. Além disso, é cabeleireira, faz dança de salão, é voluntária em diversas áreas para pessoas carentes, é professora de culinária, só estudou até a 8 série, e já participou de vários programas de televisão, tais como ``Terra de Minas, ``MG TV``, Jornal Nacional``, ``Rede TV, e TV Horizonte e tem 74 anos. Ufa! Quanta disposição! Tanto que acumula um currículo extenso com diversos prêmios por sua grande notoriedade. Entre sua coleção de troféus, está o destaque como ``Artes e Celebridades/2002``, ``Mãe do ano 2002 e 2005``, ``Destaque Radialista/2002``, ``Destaque Jornal da Cidade/2004``, ``Troféu Cecília Meireles/2004``, ``Mulher Nota 10/2002 e 2003``, ``Mulher 100%/2005``, ``Mulher Nota 10-Área Social``, ``Destaque Mulher atuante profissional/radialista pelo Rotary Club de Congonhas``, ``Mulher atuante- Interclube Conselheiro Lafaiete/2005``, ``Membro titular do conselho da mulher``, ``Vice presidente do conselho Bolsa-Família``, entre outros prêmios. Liseth, como é conhecida, diz que não carrega o peso da idade sobre si, mas que procura sempre estar bem, aproveitando tudo de bom que a vida pode lhe proporcionar. ``A felicidade é a gente quem cria, e para isso não importa se você tem 25 ou 74 anos e se tem ou não, algum problema de saúde, a medicina existe justamente para ser usada solucionando nossos problemas``, afirma ela, que também pretende gravar um CD em breve, e diz que vai fazer um filme sobre sua vida. Ela se resume como sinônimo de felicidade, e conclui que ao contrário do que muitos imaginam, é possível envelhecer o corpo, mas manter a mente jovem. ``Gosto de mim, gosto do meu corpo, gosto de um bom vinho, amo uma dança de salão e por isso sou feliz``, afirma Liseth, que reforça que ainda pretende fazer um outro ensaio sensual, agora totalmente nua, mas para ser publicado, servindo de prova, que nunca é tarde para ser feliz e que a idade não pode ser um pretexto para não ser feliz. ``Sou a prova viva, garante ela``.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

JORNALISMO E HISTÓRIA

O ícone do jornalismo Domingos Meireles abre seu livro de grandes histórias e matérias jornalísticas


Por Erlinda Santos

``Não basta ser bom, a sorte é fundamental``. Essa é uma das frases que sintetizam o conteúdo da palestra ministrada pelo ícone jornalístico do Linha Direta, Domingos Meireles, aos estudantes de jornalismo na academia brasileira de letras no dia 04 de abril. O vencedor do Prêmio Jabuti de 2006 na categoria ciências humanas, conseguiu de forma categórica, prender a atenção de todos os presentes na palestra, ao relatar sua fantástica jornada de matérias que repercutiram no mundo todo, entre elas, a trajetória de literatura histórica em 1974, com a coluna Prestes, e o ciclo do tenetismo.
Segundo ele, seu maior desafio como profissional, foi quando entrou na editora Abril e fez duas matérias que chamaram a atenção. Fez a matéria sobre roubo de carros, que segundo ele, ficou sabendo dos furtos através de um anúncio de jornal. Ele foi ao Paraguai á procura de um carro roubado e encontrou 48. Acabou desvendando uma rede de crimes, que antes estavam camuflados, e ninguém dava tanta importância á um fato comum na época. Muitos carros eram roubados, acabavam cruzando a fronteira, nunca mais eram encontrados e acabavam ficando no esquecimento. A outra matéria que a ajudou a consagrar-se no mundo jornalístico, foi a matéria de um cego que tirou carteira, ``O cego e as quatro rodas``. Segundo ele, mesmo ainda despreparado para tanta responsabilidade, essas duas matérias legitimaram sua presença de 1968 á 1971 na editora Abril Afirmou ainda, que considera o fato de entrar de corpo e alma no mundo jornalístico, como uma questão de muita sorte, não desmerecendo seu esforço. Após a grande repercussão dessas matérias, recebeu muitas propostas, do Jornal da Tarde, Globo e Estadão. Em 1985, mesmo ainda não se achando preparado, recebeu uma outra proposta irrecusável da TV Globo. Confessou que foi muito mal recebido na redação, mas que isso não foi nenhum impedimento para que continuasse dando o melhor de si em suas matérias. ``Foi um milagre que tenha sobrevivido naquela época``, afirmou ele.
Mesmo eufóricos com a possibilidade de ganharem um autógrafo de Meireles nos livros que foram distribuídos na portaria, os estudantes se calaram e se concentraram no momento em que Domingos mencionou a origem das suas histórias. Ele contou com minuciosos detalhes a marcha da coluna na qual peregrinou durante 2 meses que foi de 1924 á 1927. Segundo ele, começou a colocar anúncios em jornais para achar pessoas desaparecidas na época do tenetismo e deixava o roteiro em emissoras de rádio para anunciar sua localização e sua chegada. Domingos disse que tinha uma dívida pessoal com os rebeldes e precisava prosseguir com as investigações. Ele afirmou ainda, que mudou o olhar em relação á coluna. ``A história oficial é a visão do vencedor, que olha o que interessa na defesa dos seus direitos, que de certa forma, se compara á história americana do bombardeio ao Iraque.
A história rendeu um livro, ``O ciclo do tenentismo, que já está na 12 edição, e de 1996 até agora, já vendeu 60 mil livros. Tentando fazer uma reprodução do fato histórico, Domingos foi ao interior da Bolívia e se dedicou ao trabalho de reconstrução do cenário e personagens. Entrou num tanque, procurou saber como funcionava uma metralhadora, e estudou todo o armamento envolvido na Coluna Prestes. ``Eles tinham alma e carne como nós``, desabafou. O segundo livro de Meireles ``Os órfãos da produção``, é como se fosse uma retranca do primeiro e aborda como os tenentes do exílio fazem as pazes com seus oponentes. A história de uma conspiração com todas as suas misérias e horrores. Segundo ele, seu objetivo foi visitar os locais desse horror e transmitir aos leitores toda a realidade vivida na época.
Outra matéria que Domingos se orgulha, é a pesquisa sobre suicídio, de como as mulheres se matavam. Segundo ele, um fato corriqueiro, mas que ninguém dá o devido interesse, e não procura saber quais os motivos reais que levam á esse desastre. Ele concluiu que a morte vem de acordo com a posição social. Ao mencionar essas matérias, ele insiste que a sociedade carece de importância em tudo que gira ao seu redor e fala do descaso de fatos que podem ser investigados e levados á sério. ``O meu interesse pela leitura e história tem o objetivo de estimular. Estamos construindo cada vez mais uma população de alienados, e falta de leitura é pior que a dengue``. Conclui ele.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Com os olhos no futuro

COM OS OLHOS NO FUTURO

Luciana Marins de Almeida, 27 anos, solteira, estudante do 7º período de jornalismo da Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte. Como toda boa mineira gosta de praticar esportes, ler revistas e curtir o tempo livre com o namorado.
Quando criança, sempre quis ser repórter. Gostava de ver jornais e programas de televisão só para ver a atuação dos apresentadores. Um tanto quanto frustrada, prestou vestibular na UFMG por três anos seguidos, desistindo da faculdade Federal, para fazê-la em uma instituição privada. Foi quando em 2005, optou pela faculdade Estácio de Sá e conseguiu. Este será o último ano de seus estudos, pois forma agora em dezembro de 2008. Mesmo após as derrotas no vestibular da Federal, que acabaram com os seus sonhos de ingressar na UFMG, Luciana não desistiu e apostou todas as suas fichas na faculdade que segundo ela, mudaria o rumo da sua vida. Hoje, chegando ao final do curso, ela se sente muito otimista quanto ao seu futuro profissional e percebe que cada obstáculo que enfrentou, foi apenas uma, das muitas lutas que terá para vencer. E como solução dos muitos problemas que já teve, e que sabe que certamente virão ela diz que o principal para se vencer os obstáculos, é persistir e não olhar o hoje, mas sim, se projetar com os olhos no futuro.
Em seu projeto experimental da faculdade, tem como idéia, pesquisar sobre o sensacionalismo utilizado no jornal Aqui. Ela pretende desvendar o porquê do jornal utilizar de matérias chocantes em suas capaz para chamar a atenção do leitor e consequentemente para vender mais. Assunto que a interessa muito já que o jornalismo têm se tornado um pano de fundo para o sensacionalismo e tem tido sua forma distorcida.
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domingo, 24 de fevereiro de 2008

Cuba sem Fidel

Líder cubano renuncia o poder após 49 anos
Aos 81 anos de idade, e com a saúde debilitada, o ditador cubano anuncia sua renúncia após 49anos no poder em Cuba. Isto, na mesma época em que completou 53 anos do ataque ao quartel de Moncada, quando chefiou sua primeira ação armada contra o Governo do General Fulgêncio Batista. A revolução cubana foi um movimento popular que consistiu na derrubada do Governo de Fulgêncio Batista pelo movimento de 26 de julho e o estabelecimento de um novo governo liderado por Fidel Castro no início de 1959. Fidel chegou ao poder aos 32 anos , após a ofensiva em Santiago de Cuba que fracassou, mas que marcou o início do processo que terminou com sua chegada a liderança do país. O líder cubano teve como braço direito, o revolucionário Argentino Che Guevara que compartilhava dos mesmos ideais revolucionários. Che Guevara foi um dos mais famosos revolucionários comunistas da historia e foi considerado pela revista norte americana Time Magazine, uma das cem personalidades mais importantes do século.
Quem visita as paradisíacas ilhas caribenhas muitas vezes não sabe que o país foi cenário de muitas conflitos e batalhas para chegar ao patamar onde se encontra. Entre suas maiores batalhas está o embargo econômico americano, o que provocou a maior crise da história de Cuba. A pesar de politicamente independente, o país passou a ser quase totalmente dominado pelos norte-americanos. Eles compravam a maior parte do açúcar cubano, o principal produto de exportação da ilha e se aproveitavam disso para impor sua tutela. O governo cubano foi contra a dominação e sofreu o maior embargo econômico da história, que reflete negativamente sobre o país até os dias atuais. É na cidade de Cienfuegos considerada um patrimônio mundial, que fica um dos principais portos do país, e um importante centro comercial de plantação de açúcar, estopim do embargo. A nação que resistiria decididamente a todo tipo de agressões armadas devia sobreviver também ao ferrenho cerco econômico.
Mesmo com as críticas ao governo de Fidel, Cuba conseguiu sobreviver, e segundo pesquisas tem a melhor medicina do mundo, e investe pesado na educação, praticamente eliminando o analfabetismo. O País conseguiu reduzir a mortalidade infantil e aumentar a expectativa de vida para 76,8 anos, acima da média dos países desenvolvidos. A economia cubana cresceu sobretudo na área da agricultura e turismo. Atualmente, Cuba tem desenvolvido sua indústria turística com alguma abertura ao capital estrangeiro, e grandes redes de hotéis possuem instalações na ilha. Este plano tem sido bem sucedido graças á excentricidade da ilha caribenha que atrai turistas de todo o mundo para conhecer o país.
Apesar dos aspectos positivos do governo, Cuba tem sofrido com os estereótipos criados em cima da gestão de Fidel, acusando-o de estacionar o desenvolvimento do país, através da sua forma de governo. Outra acusação é de que o país, um dos últimos comunistas no mundo promove turismo sexual e pornografia infantil. Existem até livros e filmes que abordam o tema do turismo sexual em Cuba.
Recentemente, Fidel declarou em uma entrevista que não pretendia ficar no poder até os cem anos. Hoje com 81, após 49 anos no poder e perto do parlamento definir a nova cúpula do Governo, Fidel renuncia ao cargo mais importante do país. Segundo uma carta escrita a próprio punho e com data de 18 de fevereiro, Fidel foi taxativo ao afirmar que não aspirará nem aceitará o cargo de Presidente do conselho de Estado e comandante. No entanto, nada mencionou sobre o cargo de primeiro Secretário do partido Comunista (PCC), que ocupa desde 1965, o que significa manter ainda uma ampla cota de poder na ilha.
O sucessor do ditador Fidel Castro será escolhido neste Domingo em Havana, pelos 614 deputados da Assembléia Nacional do Poder Popular, o Parlamento, empossados no dia 20 de janeiro. Fidel comandou a ilha durante 49 anos e renunciou na terça feira, dia 19. O mandato presidencial está previsto para durar cinco anos e Raúl Castro, 76 anos, irmão mais novo de Fidel é o candidato favorito. Outro indicado para a sucessão de Fidel é o Médico Carlos Lage de 56 anos, um dos cinco vice-presidentes do conselho de Estado. É deputado desde 1976, vice presidente do conselho do Estado e Secretário do comitê executivo do conselho de Ministros e liderou a reforma dos anos 90 para enfrentar a crise após o fim da União Soviética.
ERLINDA SANTOS