segunda-feira, 2 de junho de 2008

PODEMOS DEIXAR O SONHO ACABAR?

No ano de 1968 ocorreu a maior rebelião estudantil da história do Brasil. É o ano em que os secundaristas se engajam com mais vigor, trazendo para os protestos sua ousadia e audácia no movimento estudantil. Este é um tema riquíssimo porque 1968 é um emblema do ponto de vista histórico, econômico e cultural que ocorreu não somente no Brasil, mas nas partes mais importantes do mundo. Foi um período que aflorou com muito rigor o espírito libertário com um comportamento e um patriotismo único que se distingue de todas as épocas.
É esse contexto que sintetizou a abertura da semana 1968 na faculdade Estácio de Sá, com a pergunta, o sonho acabou? Com uma descarga de adrenalina, a militante do movimento estudantil nos anos 60, Gilse Cosensa abriu o livro da sua as vida descrevendo os momentos de terror sempre acompanhados do gostinho da glória que viveu durante o movimento nas décadas de 60 e 70, quando os jovens levavam a luta mais do que á sério e faziam valer seus direitos. O seu tema , ‘’Um olhar feminino sobre a luta política’’ revelou a essencia do movimento naquela época em que os jovens passava por cima de qualquer coisa que pudesse reprimi-los e ferir os verdadeiros objetivos. Gilse que já teve um pedido de prisão condicional por causa do seu currículo da faculdade apresentado como prova do quanto era perigosa e ‘’subversa inteligente’’, contou sua trajetória de lutas, onde teve que fugir, viver na clandestinidade, trocar de nome, ser presa, torturada fisicamente, sexualmente e psicologicamente, viver na clandestinidade, ficar separada de sua filha e sofrer as maiores atrocidades que um ser humano pode sofrer, disse que se pudesse voltar no tempo, mesmo sabendo de todas as perdas que teria, certamente viveria tudo de novo, porque hoje em dia ela vê que seu sacrifício não foi em vão.
‘’O direito de pensar, debater, se formar já não é mais crime como na nossa Época. Durante o movimento, tínhamos que mudar o mundo através dos líderes políticos e contestar a ditadura que predominava no país em que era crime estudar, questionar e propor. Hoje em dia, diferente daquela época, temos a chance de questionar, e lutar sem correr o risco de sermos presos e torturados. Infelizmente os jovens de agora estão muito passivos, vítimas do conformismo e não tem o espírito da luta para garantir seus direitos’’, desabafou Gilse.
O estudante de jornalismo Willian Félix, disse que o movimento de 1968 foi importante para as mudanças que aquela época aspiravam, mas que as conquistas de hoje são outras, e que passamos por um processo de evolução. ‘’Uma coisa é saber que existe tortura, outra coisa é saber que uma mulher foi torturada dessa forma. Fico muito impressionado com a coragem dela, mas sinceramente, não sei se os jovens de hoje teriam essa postura de bravura por causa de algum ideal’’, desabafou ele.

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